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A cada período de férias é sempre a mesma coisa. Por, pelo menos, uma semana, eu me envolvo com minha casa, numa limpeza completa, que envolve vasculhar, limpar e reorganizar cada cantinho da casa, sem deixar nenhuma gaveta ou rodapé para trás.

É um trabalho longo, de certa forma repetitivo, que exige paciência, criatividade e dedicação. Às vezes, se prolonga mais do que eu gostaria. Outras vezes, me surpreende pela facilidade e rapidez com que consigo realizar uma etapa. Seja como for, é sempre prazeroso concluir cada armário, cada parede, cada cômodo. E o resultado final, então, esse sim é maravilhoso! A sensação que tenho é que a casa fica sempre mais clara, mais espaçosa e, consequentemente, mais funcional, mais organizada, mais limpa, mais agradável e mais aconchegante.

Não é um serviço rápido, como uma limpeza diária de manutenção. Mas por causa dos papéis que vão se acumulando pelos cantos, das sujeirinhas que passam despercebidas, da poeira que desafia toda nossa capacidade de vedação e sempre consegue chegar aos lugares mais inusitados e bem guardados da casa, e também por causa das coisinhas que, vez em quando, vamos deixando para arrumar depois, muito trabalho inevitavelmente precisa ser empregado em algum momento, para resolver esses assuntos e fazer a casa voltar ao seu eixo de organização, limpeza e bem estar para quem habita nela, pelo menos por algum tempo, até que chegue o momento do próximo “faxinão”.

Que bom seria se olhássemos também para nossas almas com o mesmo esmero!  É que tantas “coisinhas” estão por fazer em nossos corações, a fim de voltarmos nossas vidas ao eixo da paz e da santidade...

No evangelho de Lucas, capítulo 15, versículos 8 a 10, a Bíblia nos conta a história de uma mulher que havia perdido uma das suas 10 moedas valiosas. E essa perda aconteceu dentro de casa, não na rua, não em outros lugares, mas onde se habita todos os dias. Para encontrá-la, a mulher prontamente acendeu uma candeia (o que sugere que o ambiente estava escuro), varreu a casa (o que sugere que havia sujeira que poderiam prejudicar o resultado da busca pela dracma), procurou (o que sugere a necessidade de deixar o lugar de conforto e movimentar-se em busca de algo realmente importante), e não só procurou, mas o fez atentamente (o que sugere o cuidado e a dedicação em fazer bem feito, de forma a não comprometer o processo), e o fez até encontrar (o que aponta para a necessidade de não desistir pelo caminho).

A revisão da alma é um processo importante e necessário. Às vezes, doloroso, pois envolve acessar com nossa “vassoura espiritual” – a Palavra de Deus – até os lugares mais inacessíveis do nosso ser, onde somente a Viva Palavra pode entrar, nos confrontar, limpar e curar. Envolve também uma persistência. Ainda que alguns valores e dons se tenham perdido, buscá-los com determinação e disposição de sermos tratados é sempre o melhor caminho. E o resultado é sempre gratificante!

São tantos pecadinhos rotineiros, se acumulando pelos cantinhos... Tanta sujeirinha que entra sem percebermos por onde... Tantos valores desorganizados, fora do lugar... Tantos princípios importantes perdidos dentro de nós mesmos! Graças ao amor, à bondade e à misericórdia de Deus, temos  luz para iluminar esse trabalho necessário, que é o próprio Senhor (João 8.12). O instrumento que nos ajudará a retirar toda sujeira e alcançar os cantinhos intransitáveis da nossa alma é a Palavra de Deus (João 17.17). O Senhor já nos deu esses recursos imprescindíveis. Mas nós é que devemos ter a iniciativa de recorrer a eles e deixar nosso lugar de estagnação espiritual e começarmos a busca em nossa casa espiritual pelo nosso valioso tesouro.

E mesmo que pareça uma tarefa impossível de se cumprir, persistir na nossa busca por mudança é imprescindível. Não podemos desistir. Deus nunca desistiu. Nós não devemos concluir presunçosamente que somos melhores que Ele em tomar decisões e desistirmos de nós mesmos. Em algum momento, esse trabalho será concluído em nós e nós seremos renovados.

Certamente, o Senhor Se orgulhará em ver Suas casas – nossos corações – limpas, organizadas, perfumadas pelo aroma de Cristo (2Coríntios 2.15). O Rei continuará tendo prazer em habitar neles. E a paz e a alegria inevitavelmente retornarão para dentro de nós.

Elaine Cândida

By Elaine Cândida,  com imagens disponíveis na Internet.

"Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos." (Hebreus 11.1)

Eu não vejo os braços do meu Pai, mas sei que estão estendidos em minha direção, esperando que eu me lance a eles como criança pequena, que corre em direção e pula no colo do seu papai, depois de um susto, de uma queda, quando tem sono e precisa descansar, ou mesmo quando deseja simplesmente brincar e ser feliz.

Eu não vejo o céu claro e brilhante por detrás das nuvens densas e escuras que dissipam água em forma de impiedosa tempestade a me amedrontar. Mas eu sei que ele está lá, esperando o tempo certo de surgir esplendoroso, e trará consigo para mim um sol radiante e um lindo arco-íris, prova do amor leal de Deus para conosco.

Eu não vejo os olhos de Deus e não sei que cor eles têm, mas sei que brilham intensamente por mim, e percebo o amor que emana deles quando erro, quando caio, quando falho, quando choro, quando sofro. E assim me sinto acolhida.

Eu não vejo Seu rosto e não sei identificar nenhum dos Seus traços com exatidão, mas sei que sorri e Se alegra comigo quando o meu coração se derrama em gratidão e louvores na Sua presença, ou quando acerto, obediente, aos ensinos preciosos que Ele me dá a cada dia.

Eu não vejo as mãos de Deus, mas já experimentei que são poderosas para abrirem portas onde elas não existem e mudar a sorte do homem, assim como mudou a minha,

Eu não vejo, mas eu vivo!

E porque vivo Nele é que  sou prova viva do maior milagre que o Deus invisível pode e quer operar nas vidas de todos os homens.

Elaine Cândida 

"Uma voz clama: 

"No deserto, preparem o caminho para o Senhor;

faça no deserto um caminho reto

para o nosso Deus"." 

Isaías 40.3

Deus, em todos os momentos, fez escolhas difíceis em favor de alcançar o ser humano. Mesmo para pregar a Sua Palavra, figurativamente Ele escolheu desertos, onde estão as maiores necessidades do homem. Seria fácil escolher nos dar tudo o que pedimos, satisfazer todos os nossos desejos, a fim de não precisar "lutar com o homem" por assim dizer. Fazendo nossos caprichos, Deus evitaria desgastes e nos manteria supostamente satisfeitos e felizes. Não teria de lidar com nossas birras, nossa teimosia, nossa rebeldia, nossas reclamações e constantes ingratidão e insatisfação. Ele poderia abrir mão de pelejar com nossos traumas, dores, imperfeições e medos, mas Ele escolheu lidar com essas coisas de frente e tratar a nossa alma para a eternidade, em vez de apenas massagear o nosso ego aqui. 

E é ali, nos desertos dos nossos corações, os lugares mais áridos  e depressivos, difíceis de acessar, que Ele promoverá Seus milagres, levantando vales, aplainando colinas e montes, tornando planos os terrenos acidentados, nivelando escarpas.  "E a glória do Senhor será revelada, e, juntos, todos a verão. Pois é o Senhor quem fala." (Isaías 40.4-5) 

Deus escolheu desertos para fazer o Seu caminho até o nosso coração, enquanto nós escolhemos calçadas de jardins em flores para chegarmos a Ele. O Senhor escolheu a coroa de espinhos, mas nós queremos uma de louros, de honras. Ele escolheu a os cravos, e nós sempre optamos pelo cetro. Ele escolheu a cruz e o calvário, mas nós ainda pensamos que o tapete vermelho em direção ao trono é que nos fará trilhar por caminhos de milagres. 

Mas atenção! "Para isso vocês foram chamados, pois também Cristo sofreu no lugar de vocês, deixando-lhes exemplo, para que sigam Seus passos" (1Pedro 2.21). Ora, não é maravilhoso? O Filho de Deus experimentou a sepultura, mas viveu a glória da Ressurreição ao terceiro. Ele foi conduzido ao Céu e assentou-Se à direita de Deus, eternamente glorificado sobre as nações. Seguindo o mesmo caminho desbravado por Jesus, com júbilo comprovaremos que o Céu também é o lugar de descanso e triunfo eterno para aqueles que compreendem que o evangelho nos foi dado para gerar em nós a santidade, e não para nos dar conforto.

Elaine Cândida

By Elaine Cândida,  com imagens disponíveis na Internet.

"Quem é comparável a Ti, ó Deus, que perdoa os pecados e esqueces a transgressão do remanescente da sua herança? Tu, que não permanece irado para sempre, mas tem prazer em mostrar amor. De novo terás compaixão de nós; pisarás as nossas maldades e atirarás todo nosso pecado nas profundezas do mar."

(Miqueias 7.18-19)

Nenhum de nós está isento de pecar de cometer falhas, de fazer coisas que ferem o coração de Deus. Na verdade, todos os dias vivemos uma constante batalha entre o bem que queremos fazer e o mal que abominamos e, muitas vezes, acabamos cedendo ao pecado. Porém, pior que isso,  é não reconhecermos que somos falhos e que precisamos da graça, da misericórdia, do perdão e do amor de Deus. De fato, tudo isso é dádiva; são  presentes que o Senhor nos dá todas as manhãs, nos lembrando quão maravilhoso e bondoso Ele é, e quão carentes Dele nós somos!

Que as culpas pelos seus erros não sejam maiores que o seu desejo de caminhar diariamente com Deus! Lembre-se que Ele não nos acusa sem cessar. Ele não fica ressentido para sempre (Salmos 103.8-18). Ele olha para cada um de nós e entende quais são as nossas fraquezas, entende os nossos porquês e está disposto a nos perdoar, a nos reerguer e a recomeçar com cada um de nós, tão logo nos voltemos para Ele com o coração sincero e disposto a confessar e a se permitir ser transformado a cada dia. 

Deus não nos trata conforme os nossos pecados! Jamais nos retribui conforme os castigos que merecemos. O Seu amor para conosco é imenso. Mas isso não significa que O Senhor  passa a mão em nossas cabeças e faz vista grossa para os nossos pecados. Na verdade, Deus é a primeira pessoa que percebe os nossos erros mas, em vez de nos acusar e de nos destruir, Ele nos ama e nos oferece a Sua ajuda para sairmos desse lugar de opressão, de culpa, de tristeza, de erros, e nos transportar para o reino do Seu eterno amor, onde somos transformados a cada dia e libertos para o louvor da Sua glória e para a alegria das nossas almas.

Portanto, que nada nos impeça de voltarmos as nossas vidas ao nosso Pai, confiantes no Seu amor e no cuidado que Ele tem para com cada um dos Seus filhos. Quando o diabo ou algum de seus enviados vier nos acusar de qualquer coisa e impor um peso de opressão com qual não podemos lidar sozinhos, lançando em nossas faces a culpa pelos nossos erros, lembremos da Palavra Maravilhosa que sai da boca do próprio Deus e diz: "Sou Eu, Eu mesmo, Aquele que apaga suas transgressões por amor de Mim, e não Se lembra mais dos seus pecados" (Isaías 43.25).

A respeito de Si mesmo, Deus mandou publicar para o nosso conhecimento: "O Senhor é compassivo e misericordioso, mui paciente e cheio de amor.  Não acusa sem cessar nem fica ressentido para sempre; não nos trata conforme os nossos pecados nem nos retribui conforme as nossas iniquidades. Pois como os céus se elevam acima da terra, assim é grande o Seu amor para com os que O temem; e como o Oriente está longe do Ocidente, assim Ele afasta para longe de nós as nossas transgressões." (Salmos 103.8-12)

Que o arrependimento seja o caminho que nos leva de volta para Deus, e a confissão sincera e a confiança em nossos corações sejam nosso braços estendidos em direção ao colo de amor incondicional do nosso Pai.

[Elaine Cândida]

Que a Globo é um dos grandes representantes de satã na terra, isso é fato! 

Mas não creio que os  cristãos devam temer esse tipo de coisa, pois os império das trevas trabalha incessantemente para destruir  valores, distorcer princípios, denegrir o santo, profanar a moral, ridicularizar o Evangelho, tirar a visão do Céu, malograr nossa esperança, destroçar nosso amor por Deus. O inferno em peso anda em derredor como leão, procurando quem possa tragar. Nós sabemos  que não se  deve esperar outra coisa dos filhos das trevas e, por isso, devemos continuar caminhando em temor e em amor a Deus, nos santificando na Palavra da verdade, prosseguindo firmes  para o Alvo,  e nos  fortalecendo no Seu amor. 

Essa (nova) imbecilidade que a Globo está lançando,  na verdade, é só uma cópia da série Lucifer, que tem sido exibida pela Netflix e que a tv norte americana Universal Chanel também já exibiu na íntegra.  Tudo o que é sem futuro passa na Globo, e eu até penso que demorou pra ela criar uma bestialidade assim. 

Na verdade também,  a Igreja de satã já existe na terra (confira aqui). O diabo está solto por aí, causando todo essa destruição que vemos no mundo, aprisionando muitos homens numa  vida desgraçada,  sem Jesus (aliás, o mundo jaz do maligno). Esse filme é só mais um tiro que ele dispara  contra a fé e o Reino de Deus. 

Porém, não me incomoda, no sentido se me causar algum medo, pois significa que o diabo não está nada satisfeito e vai continuar atacando (a Deus e à Igreja) com todas as armas sórdidas e inescrupulosas que puder criar. Só me incomoda no sentido de me instigar a trabalhar ainda mais pela expansão do Reino do meu Senhor. 

Afinal, não existe inimigo de Deus. Inimigos lutam à mesma altura. Porém, no caso do diabo, já está decretada a sua derrota. Na verdade, ela já aconteceu  na Cruz. Só falta Jesus finalizar tudo naquele grande dia, quando esmagará de vez a cabeça da serpente e envergonhará por completo toda audácia de satanás e dos  seus funcionários na terra para sempre!

Enquanto isso, não percamos nosso tempo revirando carniças, nem nos destruamos nos alimentando de lixos. Tem coisas boas, santas e importantes para nos satisfazerem e fortalecerem. Passemos por cima dessa podridão e continuemos fazendo discípulos para Cristo. Ele nos dará tudo o que precisamos, inclusive,  blindagem santa para suportarmos as investidas do mal, ainda que sejam disfarçadas de divinas comédias...

Elaine Cândida

By Elaine Cândida,  com imagem disponível na Internet.

Disse um homem: "Deixo a vida me levar..." E seus dias foram longos, enfadonhos, sem perspectivas, errante e sem consolo. 

Disse outro homem: "Jesus é quem conduz os meus passos!" E seus dias foram longos, porém, cheios de paz apesar das inevitáveis  lutas, à sombra da graça que traz o milagre de cada dia em seu devido tempo, com vistas a um futuro eterno por meio da viva esperança no Deus que nos ajuda a fazer escolhas certas e que nunca encolhe Seus braços, nem jamais rejeita Seu colo a qualquer de Seus filhos. 

Verdadeiramente, a vida é mais vida quando é vivida com Deus!

Elaine Cândida 

By Elaine Cândida, com imagem disponível na internet.

“Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz.”

“Minha pomba que está nas fendas das rochas, nos esconderijos, nas encostas dos montes, mostre-me o seu rosto, deixe-me ouvir a sua voz; pois a sua voz é suave, e o seu rosto é lindo.” Cantares 2.14

Depois de um período longo e rigoroso de inverno, finalmente chegou o momento de cantar, de contemplar a paisagem primaveril que se formava sobre a terra. Era um novo tempo de ouvir o arrulhar dos pombos, de comer deliciosos frutos e sentir a fragrância das flores que enchiam os campos. 

O amante do livro de Cantares – que, assim como tantos personagens do Antigo Testamento, pode tipificar a pessoa de Jesus Cristo – sabia exatamente onde encontrar sua amada esposa – que, por sua vez, igualmente, pode tipificar a Igreja do Senhor. Ela era como “pomba que está na fenda da rocha, nos esconderijos, nas encostas dos montes”. Não que ela fosse uma pomba, mas a pertinência da comparação está em que a mulher sabia em que se amparar, sabia que havia um tempo de parar e se esconder. Havia um equilíbrio que a mantinha “nas fendas da rocha, nos esconderijos, nas encostas dos montes”, esperando o tempo difícil passar. 

Nossas vidas, à semelhança dessa ilustração, deveriam permanecer em Deus, a Rocha Eterna (Isaías 44.8), nos momentos de aflições, de tristezas, dos muitos “invernos” que inevitavelmente chegam. Ali, bem guardados na fenda do Rochedo, nossas dores se equilibram, nossas emoções se reestruturam, e nossas mentes descansam no amparo da esperança que só é possível encontrarmos nos braços do Senhor. 

Quando chegar o tempo da bênção, onde o Amado das nossas almas poderá nos encontrar? Onde você tem buscado amparo e repousado seu coração em meio às suas lutas? Se o seu lugar de descanso e abrigo não for o Senhor, procure render-se aos Seus cuidados imediatamente. Pois mesmo que essa Rocha pareça tão alta para você subir, o acesso a Ela está  apenas à distância de uma sincera oração.

Portanto, não se demore. O inverno pode causar destruição e dor, mas quem está guardado no Senhor permanece protegido, até que possa celebrar a alegria e os renovos da primavera que já vem chegando.

Elaine Cândida

By Elaine Cândida, com imagens disponíveis na Internet.

“Ou vocês acham que é sem razão que a Escritura diz

que o Espírito que Ele fez habitar em nós tem fortes ciúmes?”

Tiago 4.5

Há exatamente um ano, o apartamento onde moro há 19 anos – e que também foi meu primeiro imóvel – passou por uma grande reforma. Meio difícil, sozinha, enfrentar uma coisa assim, uma reforma completa que, praticamente, deixou apenas “o esqueleto” do prédio, daquilo que, antes, com muita simplicidade e gambiarras, me serviu, me protegeu, me escondeu, me proporcionou a liberdade e a verdade que só tenho aqui, na minha morada, o meu reino pessoal.

Mas eu tinha apenas um mês para fazer toda a reforma, pois era o mês das minhas férias. Em fevereiro eu retornaria ao trabalho e, por isso, todo o processo precisava ser rápido. (Depois de um ano de oração preparando essa empreitada, só tenho a agradecer a Deus por todos os profissionais que Ele preparou para aceitarem esse desafio!) E, apesar de uns pequeníssimos contratempos – nada comparados aos relatos sobre frustrações imensas que já ouvi de muitas pessoas a respeito de obras em suas casas – tudo deu certo, e em fevereiro voltei para minha casa (eu tive de morar um mês fora, até que a reforma fosse concluída).

Acontece que, quando eu voltei, muitos fatores me impediam de organizar detalhadamente e decorar minha casa. Foi um desconforto terrível passar meses com caixas amontoadas pelos cantos, paredes sem vida, pouco espaço de armazenamento, arrumação em vez de organização e categorização... Como todos os móveis foram trocados com a reforma, tudo foi comprado às pressas para acolher minha mãe (que precisou passar uma temporada aqui comigo) e também para que eu pudesse voltar imediatamente à minha rotina normal de trabalho – apesar da grande surpresa da pandemia, que em pouco menos de dois meses mudaria meu trabalho para home office,  e me faria trabalhar ainda mais do que eu trabalhava todos os dias na escola...

Enfim, descrevi todos esses detalhes para chegar à parte em que morei cerca de 8 meses num apartamento recém-reformado e que, apesar de ainda ser meu, não tinha quase nada de mim dentro dele. Interessante como móveis e objetos comprados às pressas não fazem sentido numa casa! O lugar inteiro estava frio, sem emoção, sem identidade. Nada aqui fazia referência a mim...

Quando, finalmente, pude começar a organizar cada coisa em seu lugar – e pode dar asas à imaginação, porque organização é tudo pra mim! – e quando finalmente pude começar a decorar, criando peças exclusivas para minha casa, então, comecei a perceber que estava morando de volta num lar. Só quando minha identidade começou a aparecer na minha casa, eu comecei a sentir que, de fato, minha casa era mesmo minha.

Por essa avaliação chego a uma observação importante acerca de Deus e do Seu agir em nossas vidas. Enquanto Ele trabalha em nós e reforma nossas almas, Sua identidade vai sendo transferida para nosso ser, e isso é o que nos identifica como Seus filhos em qualquer lugar onde estivermos, em qualquer circunstância da vida. Traços da eternidade, como um gênio manso, perseverante e paciente, um coração sincero e cheio de amor, uma alma quebrantada e bondosa, subserviente e equilibrada, começam a serem vistos em cada coisa que fazemos, seja qual for a situação. É como se Deus estivesse produzindo obras exclusivas de decoração, das mais simples às mais sofisticadas, e decorando cada canto de Sua casa – nosso ser – com todo amor. Cada virtude que Ele propõe e põe em nossas vidas e cada vestígio de pecado que Ele retira dela, são gestos que sinalizam diretamente para Sua intenção de habitar com prazer em nós.

E o mais interessante é que, seja como for a morada que Ele escolher – triste, ferida, suja, amaldiçoada – o Senhor sempre terá disposição de reformá-la, restaurá-la, revitalizá-la, torná-la limpa, perfumada e aconchegante, um lugar santificado onde Ele terá prazer em habitar.

Se você tem entregue sua vida para Deus, observe, então, cada situação como parte de uma grande reforma, um santo processo de restauração que Ele está fazendo na casa onde Ele mora. Sua presença e Seu cuidado são evidências que Ele te ama, Se importa e está empregando esforços e conhecimento para nos tornar pessoas cada vez melhores, filhos mais parecidos com Ele, que possuem uma identidade eterna e celestial. Uma casa não abandonada nem fria, mas uma morada aconchegante e alegre, plenamente habitada e amorosamente cuidada pelo Rei do universo.

By Elaine Cândida, com imagem disponível na Internet.

“Busquem, pois, e primeiro lugar o Reino de Deus e a Sua justiça,

e todas essas coisas lhes serão acrescentadas.”

Mateus 6.33

Entramos no ano de 2021 tentando renascer das cinzas, diante de uma pandemia mundial que ainda dita nosso comportamento e padrões de vida. Como todo (re)começo exige um bom direcionamento, de forma que tudo o que vier depois possa discorrer da melhor maneira possível, devidamente encaminhado por um foco, um objetivo que nos leve a um lugar de êxito, começar este ano da maneira correta não é uma questão de escolha, mas de necessidade.

Jesus, no sermão do monte (Mateus, capítulos 5 a 7), dentre tantos outros temas que tratou de ensinar aos que viam Nele uma nova esperança, destacou a necessidade de priorizarmos o Reino de Deus e a Sua justiça. Não somente o Reino, mas também a Sua justiça.

Acontece que nós queremos o Reino de Deus e até vivemos por isso. Queremos as promessas de vitórias eternas, as conquistas que o Reino de Deus traz consigo, a salvação que Ele nos oferece através de Jesus, a presença do Espírito Santo consolando todas as nossas dores e nos livrando de todo mal. Mas nem sempre estamos dispostos a nos abraçarmos também com a justiça de Deus.

Mas o que é a justiça?

A edição nº 20 da Revista Âmbito Jurídico (1), traz várias definições de “justiça”, todas vertendo para “o dever de dar a cada um o que é seu, sem qualquer esforço ou sacrifício” e, por isso, envolve diretamente questões como caráter, princípio moral e exercício do direito e, inevitavelmente, dos deveres.

No âmbito do Reino de Deus não é diferente, a não ser que o nosso referencial de caráter, moral, direitos e deveres é o próprio Jesus. Buscarmos, então, a Justiça do Reino de Deus, nesse aspecto, é uma atitude que está intrinsecamente ligada à dependência total de Deus e do Seu sistema de governo. Isso implica também dispormos das nossas vontades, dos nossos princípios, dos nossos valores, das nossas crenças, dos nossos planos, do nosso tempo até, e sujeitarmos tudo mais que possa nos parecer importante à vontade soberana, perfeita, boa e agradável de Deus (Romanos 12.2).

Recordemos que nenhuma passagem bíblica condena o homem por querer melhorar de vida do ponto de vista material, nem por batalhar para conquistar coisas boas para si. Mas várias passagens condenam o comportamento que prioriza e até endeusa dinheiro, bens, riquezas, poder ou qualquer outra coisa em vez de escolher priorizar o Reino de Deus e a Sua justiça (Mateus 6.33; 1Coríntios 10.31; Deuteronômios 13.4; 1João 5.20-21; Salmos 49.5-9; Provérbios 11.4; Jeremias 5.27-29; Mateus 6.19-21; Mateus 6.24; 1Timóteo 6.10; 1João 2.16; Salmos 20.7-8; Hebreus 13.5; Apocalipse 3.17; Lucas 12.15; etc).

O ano que começa traz consigo um alerta que soou durante todo o ano anterior no mundo inteiro: A necessidade de buscarmos mais a face de Deus do que as Suas mãos (Salmos 24.6), de nos esforçarmos mais por seguir pelos Seus caminhos do que de sonharmos com os Seus feitos (Salmos 103.7), de nos aprofundarmos num relacionamento íntimo e sincero com Deus, que vai muito além dos ajuntamentos dos quais participamos e dos belos discursos que promovemos.

A maneira certa de começarmos um projeto – e, por que não dizer, uma vida – é em santa comunhão com Deus, orientados pela Sua Palavra, renunciando toda e qualquer coisa que possa nos desviar da Sua Luz ou nos impedir de ouvir e atender à Sua voz.  Por isso, eu te convido a priorizar o que é correto, verdadeiramente útil e perfeito para nossas vidas: O Reino de Deus e a Sua Justiça. E tudo mais o que precisamos nos será acrescentado. E o melhor de tudo, é que o resultado do cuidado pleno de Deus não se verá na sua vida somente neste mundo, mas perdurará por uma eternidade com alegrias e tesouros jamais quantificados nem imaginados pelo homem.

Então, se hoje você ouvir a voz do Senhor, não endureça o seu coração (Hebreus 4.7). Atenda, (re)comece o ano em novidade de vida, com as motivações e os objetivos certos. Olhe firme para o alvo que é o Céu, renuncie, entregue-se e seja conduzido à vida eterna caminhando lado a lado com Cristo. Afinal, você é um importante convidado do Reino!

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(1)             Disponível em https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-20/o-direito-e-a-justica.